Empresa de abate causa transtorno em Arapiraca


Autor: Patrícia Bastos
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/

07/03/2016 13h50

Arapiraca – Após trégua com os marchantes, a FrigoVale agora enfrenta a ira dos moradores do Conjunto Brisa do Lago. A empresa, que oferece serviços de abate de animais no lugar do antigo Matadouro Público de Arapiraca, está provocando transtornos para as famílias que residem próximo à área do frigorífico.

“O mau cheiro estava atingindo todos os moradores do Brisa. As pessoas estavam passando mal, muita gente desenvolveu quadros de alergia e vômito e quem tem problema de hipertensão também sofria com aumentos na pressão. O problema é que, além do cheiro insuportável, bactérias estavam sendo trazidas pelo ar”, afirmou o líder comunitário pastor Marcelo Ramos, que é proprietário de uma farmácia dentro do conjunto habitacional.

A FrigoVale está instalada em Arapiraca desde o segundo semestre do ano passado, após vencer a licitação feita pela prefeitura para explorar comercialmente o abate de animais. A proposta da empresa – que iniciou as atividades de maneira definitiva apenas recentemente – é promover métodos tecnológicos para garantir selo de qualidade das carnes que são abatidas no local, e também de atender a todas as exigências sanitárias e ambientais, contidas em um Termo de Ajustamento de Conduta celebrado entre a prefeitura e o Ministério Público Estadual.

No entanto, de acordo com o pastor Marcelo, a empresa precisa melhorar alguns aspectos se quiser manter a fama de modelo de tecnologia e eficiência. “A situação melhorou um pouco, agora só quem mora nas casas que ficam mais próximas ao frigorífico é que sentem a fedentina. Mas, até agora, a empresa adotou apenas medidas paliativas para resolver o problema”, declarou.

O líder comunitário afirmou que o cheiro ruim provém dos dejetos do abate de animais, partes e vísceras que não são aproveitadas e sangue, que estão sendo depositados em uma lagoa de decantação, que fica a céu aberto em uma área próxima às residências mais afastadas do conjunto habitacional. 

“Antes de entrar em funcionamento, a empresa deveria estar com tudo preparado para que os dejetos não viessem prejudicar a população dessa maneira. Depois que fizemos denúncia e protesto, eles tomaram uma atitude. Mas recebemos uma nova informação da empresa de que o tratamento dos dejetos não seria de responsabilidade deles, mas da prefeitura”, declarou.