Lixo acumulado em rua da Pajuçara leva transtornos a moradores e comerciantes


Autor: Pedro Ferro
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/

05/04/2016 08h56

Moradores e comerciantes da rua Dr. Zeferino Rodrigues, no bairro da Pajuçara, estão inconformados com o acúmulo de lixo na calçada de uma empresa. Segundo eles, o entulho tem provocado o aparecimento de insetos e a proliferação de doenças, além do cheiro insuportável.

O entulho já está invadindo a rua, impossibilitando a passagem de veículos pelo local. Moradores da região informaram que a Superintendência de Limpeza Urbana (Slum) faz a limpeza da rua, porém, no dia seguinte, a calçada novamente fica tomada de lixo.

De acordo com moradores, os resíduos são despejados por carroceiros ou automóveis com caçamba que costumam lançar todo tipo de lixo no local. Entre os resíduos, há pneus, móveis, materiais de construção, restos de podas de árvores e diversos utensílios domésticos.

Adilson Silva, um dos moradores, relatou à Gazetaweb que no local existem diversos criadouros do mosquito Aedes aegypti e várias pessoas já contraíram doenças transmitidas pelo mosquito. A mulher dele, Marlice Honorina, inclusive, foi diagnosticada com a febre chikungunya.

Ainda segundo Adilson, ele já foi ameaçado diversas vezes ao tentar impedir o despejo de lixo no local. Na última vez, um homem ameaçou o morador com arma de fogo e perguntou se a rua era dele. "Eu estava na porta quando observei um carroceiro lançando lixo e pedi para que ele colocasse em outro lugar. Ele perguntou se eu queria 'tomar um tiro' e se eu era o dono da rua. Apreensivo, recuei e entrei em minha residência", informou.

A moradora Josefa Maria informou que a neta de um ano contraiu a dengue, causada por mosquitos que se proliferam na água parada em meio ao lixo. "Minha neta está toda pintada, dá pena de ver um bebê assim. Não aguentamos mais, não sabemos mais o que fazer. Queremos uma providência", afirmou. 

A Escola Estadual Benedito de Moraes fica situada na região onde os entulhos são depositados. Uma secretária do local foi diagnosticada com dengue há um mês. Segundo ela, alguns alunos também estão doentes, inclusive, uma coordenadora da instituição. 

Comerciantes que vivem próximo ao local contam que o problema tem prejudicado as vendas e destacam que também já foram ameaçados. 

"Eu estou aqui há 60 anos, moro e tenho meu negócio. Já fui ameaçado várias vezes por reclamar com carroceiros que colocam lixo aí. Às vezes são caminhonetes que chegam e jogam materiais de construção, animais mortos, resto de avícola, é triste. O mais revoltante é que não podemos fazer nada", desabafa Jorge Nunes, morador e comerciante da região.

A dona de um restaurante que fica ao lado do montante de lixo informou que um carro da prefeitura fazia com frequência a fiscalização no local, no entanto, quando os fiscais saiam, as pessoas voltavam a depositar o lixo na rua. "O pessoal não respeita, jogam lixo mesmo. Queremos uma solução", ressalta a empresária Elisângela Patrícia. 

Por meio de nota, a Slum explicou que tem trabalhado para coibir os pontos de lixo crônicos na capital por meio de fiscalização e educação ambiental. Um Ecoponto com estrutura adequada para receber todo tipo de lixo foi instalado na Pajuçara para que a população faça o descarte do lixo.

A Slum reforça que a população pode colaborar por meio de denúncias ao flagrar qualquer cidadão realizando o descarte inadequado. Basta ligar para o Disque Limpeza 3315-2600 ou enviar mensagem para o link www.maceio.al.gov.br/slum/fale-conosco, com informações básicas que possibilitem a identificação do autor.