Investimento de R$ 14 milhões é fruto de Parceria Público Privada (PPP) entre municípios da região Agreste e a empresa Alagoas Ambiental


Fonte: http://gazetaweb.globo.com/

29/07/2016 08h16

A destinação correta do lixo nos municípios brasileiros é um problema que se agravou com a crise econômica dos últimos anos. Muitas cidades não possuem recursos para investir na construção e manutenção dos aterros sanitários, mas o governo federal, por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos, já determinou uma data para esta adequação: 2018.

E no Agreste alagoano, as cidades já contam os dias para fazer parte da estatística de municípios que cumprem a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Isso porque teve início, em junho deste ano, a construção da Central de Tratamento de Resíduos (CTR), localizada entre Arapiraca e Craíbas. Com 81 hectares e um investimento inicial de R$ 14 milhões, a CTR Agreste é resultado de uma parceria público privada entre o consórcio do Agreste (Conagreste) e a empresa Alagoas Ambiental.

"A política de resíduos sólidos foi discutida no Congresso Nacional por 30 anos e não se trata somente de destinação final de lixo. O nosso maior desafio sempre foi a conscientização sobre a gestão desses resíduos, uma estratégia que precisava, e ainda necessita, ser trabalhada com a inclusão de toda a sociedade e dos poderes públicos", afirma a prefeita de Arapiraca, Célia Rocha, presidente do Conagreste.

Ela diz ainda que, em relação à destinação final, são poucos os municípios brasileiros que o fazem corretamente, uma vez que as dificuldades são grandes. "Na lista de dificuldades estão os recursos para a construção de central de tratamento adequada e a operacionalidade da mesma. A verdade é que o poder público tem limitações práticas, por falta de profissionais especializados, de conhecimento técnico e de agilidade em alguns procedimentos", reforça a prefeita.

"É por isso que, no Brasil e em vários países, o que ocorre é a instalação de aterros privados, em que há investimentos na construção e operação, ficando o poder público responsável pela remuneração do trabalho executado por quem tem capacidade técnica para tal, ou seja, por tonelada de lixo tratado", emenda.

No caso da CTR Agreste, cerca de 20 municípios da região serão atendidos diretamente, destinando tanto resíduos sólidos da Classe II, (lixos domiciliares e comerciais), quanto resíduos de Classe II-B, que são, por exemplo, os resíduos da construção civil.

"A CTR Agreste, assim como a Metropolitana, que já está em funcionamento no município do Pilar, conta com uma tecnologia avançada e operações técnicas. Isso garante a manutenção e a durabilidade do empreendimento, que tem uma vida útil de 20 anos. A adequação destes municípios à Política Nacional de Resíduos é a garantia de uma melhor qualidade de vida à população", destaca Keylle Lima, executivo do Grupo Alagoas Ambiental.

Em todo o estado de Alagoas, apenas Maceió conseguiu construir e fazer funcionar seu aterro sanitário. Por meio de consórcio, um aterro sanitário foi construído em Olho d'Água das Flores, mas este ainda não se encontra em pleno funcionamento. Já em Arapiraca, o aterro sanitário virou um lixão e já não mais atende a população do município de forma adequada.

"Com esta parceria, o lixão de Mangabeiras será encerrado em definitivo. Ou seja, realizaremos um sonho que perseguimos diariamente. Por enquanto, estamos trabalhando no monitoramento, mas com vistas ao encerramento de todas as atividades lá verificadas, retirando do lixão toda aquela gente que sobrevive em condições tão desumanas", conclui Célia Rocha.